domingo, 27 de junho de 2010

Dupla Face..

A Face Branca...

Ele vem arrastando seu corpo cansado, tentando subir as escadas indo em direção á seu banheiro.








Ao entrar no banheiro deparou-se com sua imagem no espelho, onde seu rosto era só felicidade, os olhos cheios de lágrimas brindavam a alegria que efervescia pelo seu corpo, e todo aquele sentimento se transformava em sorriso.

Seu cansaço é êxtase, é a sobra de tanto prazer que naquele dia fluiu e se espalhou, e molhou e por todo o corpo se espalhou, e para o de seu parceiro escorreu aquele sentimento que se espalhava pelo seu corpo, que encheu seu peito com esperança e uma grande força, e vontade de ser eternamente parte daquele aquele outro.

Mais cedo, ambos estavam deitados em um colchão de solteiro na sala da casa de um deles, os pais foram viajar, e eles lá ficaram durante todo o final de semana envolvidos, com o objetivo de deixar cada vez mais o outro tomar conta do espaço vazio que havia dentro deles.

Era madrugada e a única luz que se via era a da televisão onde Jhonny Deppy mostrava mais uma de suas facetas de camaleão. Eles estavam juntos, um estava deitado entre as pernas do outro que o envolvia com seus braços quentes e seu peito peludo, que para o outro era como o mais confortável dos cobertores de lã.

De repente as mãos dele foram alisando o frio corpo moreno deitado no colchão, suas grossas pernas pernas foram se fechando e apertando o garoto que sentia o calor de seu parceiro queimar sua pele. Ele começou a se agitar e a sentir o frenesi da excitação partindo da mãos quentes do outro garoto, e a subir lentamente elevando seu peito, começando a tirar-lhe os primeiros suspiros do fundo da garganta que seca pedia água, e que não obstante pedia ar para manter o fôlego que afinal se perdia cada vez que os movimentos do garoto se intensificavam.

E naquele momento seu corpo era todo movimento e como se todos os movimentos buscassem o prazer os braços de seu parceiro passaram por debaixo dos seus, suas mãos ficaram avulsas e balançaram até encontrar as pernas do parceiro e ali logo se fincaram, apertaram e arranhara-no até que uma gota de suor caiu em seu rosto vindo do parceiro.

Na tela só se via sangue, diante daquele terror do sangue que escorria violentamente o garoto gemeu, e puxou com toda a força o ar noturno que havia a seu redor até o cheiro do parceiro invadir seus pulmões e naquele instante o sentimento o invadia como uma tormenta de alegria que se espalhava por seu corpo, onde em um ultimo impulso no ultimo suspiro o prazer rompeu do meio de seu corpo que se contorceu, que virou os olhos e apertou as pernas do parceiro para quase arrancar sua pele, e ao mesmo tempo não deixar escapar aquele choque elétrico de prazer que se espalhava por seu corpo, deixando molhado seu abdômen e espetando definitivamente o amor em seu coração.

Seu corpo molhado foi deixado sobre a cama, seus olhos perdidos buscavam sentido, eles rondaram a casa pelas paredes procurou até que quando eles se fecharam o garoto encontrou. Em um cantinho escuro marcado á fogo o sentimento ali estava escrito se destacando pois iluminava-se. Era enfim a felicidade que se via a outro canto pedindo luz, aparecendo aos poucos naquele corpo frio que se estendia no colchão e pedia mais calor.

Ele continuava a comtemplar-se no espelho...
No espelho seu rosto marcado estampava a felicidade ele era alegria, devoção, era do parceiro integralmente, seu coração fazia ali uma promessa ao seu olhar, esta doava seu amor a somente uma pessoas, já que este não mais se espalharia para o mundo afinal já era-o do outro todo, de corpo e alma,  e assim como seu corpo e assim como sua vida o era também, e ele deixou o símbolo de sua entrega marcado, mas não com alianças ou desenhos, ele marcou a fogo profundamente a lembrança do trato em sua alma.





A Face Negra...

Ele subia as escadas, seu corpo pesado, desta vez não era a gravidade.

Atrás de si vultos negros perdidas puxavam-no para baixo, pesavam sobre seu ombro e em seu ouvido gritavam lamúrias tentando derruba-lo escada abaixo, puxando para aquele buraco sem fim.

Assim que ele alcançou o topo da escada foi para o banheiro. Dentro dele as flores dos azulejos já não tinham as cores vivas de violeta que antes iluminavam os cantos, agora elas se foram e em seu lugar o negro do luto tomava conta de todas as linhas do rejunte.

Foi ai que seu corpo foi tomado de susto quando sua imagem refletiu no espelho, mas aquele não era seu rosto, era a imagem do que acontecia em sua alma. Seus olhos castanhos agora eram de um negrume profundo e tristonho, a luz que brilhava e encantava os amigos, se apagou assim como a chama que aquecia seu corpo.

Ele se colocou nu diante do espelho, e até mesmo seu este era tristeza. O corpo moreno cheio de curvas e fogoso por natureza, onde seu companheiro deslizava as mãos acariciando sua pele lisa e pura, onde ele apertava extraindo o néctar que só vinha daquele corpo, esse néctar que era produzido por sua sensualidade já não se obtinha mais.

Ele abriu o chuveiro e colocou na temperatura mais alta que pode para tentar se aquecer. O peso em suas costas era cruel, então deitou-se no chão, onde a cabeça apoiada na parede fez com que escorressem as primeira lágrimas de dor. O frio tomava conta, e ele se perguntava o por quê. Por quê tanta mentira, tanta ilusão, tanta promessa? Por quê tanto amor?

A algumas horas seu coração era só alegria e esperança, sentado no banco de trás do carro ele se via novamente entre os braços dele, mas desta vez entre sussurradas de “Eu te amo” em seu ouvido, ele ouvia também a triste confissão de imaturidade de seu amado, e um testemunho claro da covardia humana que prefere se humilhar na confusão da dúvida do que arriscar-se diante de um desafio.

Uma prova clara de que o egoísmo do seu amado o levava á uma insegurança descomunal, afinal enquanto o seu medo do estar sozinho, e a sua vontade de ser e mostrar-se superior seguravam-no a outro, ele não se importava de fazer promessas ao que ele dizia ser “o homem de sua vida”.

Enquanto isso para o outro não existia superioridade, não existia competição, somente a vontade de beijar, abraçar, amar e desta forma viver não juntos mas viver uma vida só.

E pedindo forças para poder suportar este momento, o menino se lembrou do calor daqueles dias, e lamentou-se pois nestes dias de frio que se aproximavam ele não teria mais sua fonte de calor, e todo aquele amor que agora era só dor o esfriaria ainda mais, portanto o inverno seria rigoroso.

Enquanto isso o garoto senta, e entende as dúvidas e medos de seu parceiro, esperando que um dia ele se lembre de suas promessas e volte para os braços daquele que o ama com o sabor da verdade.

Isto é só uma pequena parte de uma história incrível, marcada por alegrias, orgasmos, e dor.




Frase: “Quem plantar a paz, vai colher o amor”

Musica: You’ve got the love – Florence and the Machine