Mas eu insisto... Já não sou o seu sinistro
mais um pedaço de carne devorada
nos seus dentes maléficos
pois sou o que você sempre quis
uma escada
estaca pronfunda
rasgando a pele da verdade
sangue que escorre
meu sangue que vaza
sou a ferida da carne podre
o resto do tutano que vocês sugam
e insistem em me culpar
sou a culpa, sou a imagem
a verdade por trás das suas mentiras
não sou a realidade
e sim a perversa verdade escondida nos seus traumas
o alimento do abutre
a ponta do penhasco
o cuspe na cara
a primeira lágrima que escorre no rosto
sou em sua perversidade
o grito do desespero
último pulsar do coração sem vida
mãos cruéis que se apoiam
para se levantar
me deixem,
eu fui o primeiro raio de sol do abrir dos seus olhos
mas luz já não sou mais
em mim
Sou Sebastião,
mas em mim não há flechas
feridas de arpão
sou cicatriz das suas fracas intensões
consciência
de gente nada nobre
e chapéus
e troféus
abaixe esta mão
sou simples e diretamente
a pureza que disfarça
arrogância do seu olhar
fétidas palavras
escusos desejos de vingar
vingar-se de si mesmo?
sou o valor da imagem do meu espelho
não espelho frustrações
vou sendo escada
degraus cimentados de amargura
e felicidade
sou o berro das suas falhas à meia-noite
o brilho do seu sorriso ao meio-dia
sem querer ser
pois sou de mim
de mim mesmo
não do outro
não há um grão de amor em vão
nem há paixão que seja
e sendo seu
já que não sou deus
esqueça
e por seu deus [se é que há
não seja assim
se é que há alguém em ti
imagem: http://epifanico.blogspot.com.br/2012/05/blog-post.html
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