quinta-feira, 2 de maio de 2013

Para todos eles...
















Mas eu insisto... Já não sou o seu sinistro 
 mais um pedaço de carne devorada 
nos seus dentes maléficos 


pois sou o que você sempre quis 
 uma escada 
estaca pronfunda 
 rasgando a pele da verdade 
sangue que escorre 
meu sangue que vaza 


sou a ferida da carne podre 
o resto do tutano que vocês sugam 
e insistem em me culpar 

sou a culpa, sou a imagem 
 a verdade por trás das suas mentiras 


não sou a realidade 
 e sim a perversa verdade escondida nos seus traumas 


o alimento do abutre 
 a ponta do penhasco 
   o cuspe na cara 
a primeira lágrima que escorre no rosto
 sou em sua perversidade 
o grito do desespero
último pulsar do coração sem vida 

mãos cruéis que se apoiam 
 para se levantar 
me deixem, 


eu fui o primeiro raio de sol do abrir dos seus olhos 
 mas luz já não sou mais 
em mim 


Sou Sebastião, 
mas em mim não há flechas 
 feridas de arpão 
sou cicatriz das suas fracas intensões 
 consciência 
de gente nada nobre 

e chapéus
     e troféus
abaixe esta mão 
sou simples e diretamente 
 a pureza que disfarça 
 arrogância do seu olhar 


fétidas palavras
escusos desejos de vingar 
 vingar-se de si mesmo?

sou o valor da imagem do meu espelho
 não espelho frustrações 
vou sendo escada 
degraus cimentados de amargura 
e felicidade 
 sou o berro das suas falhas à meia-noite 
o brilho do seu sorriso ao meio-dia 
 sem querer ser 
pois sou de mim 
 de mim mesmo 
não do outro 


não há um grão de amor em vão 
 nem há paixão que seja 
e sendo seu 
 já que não sou deus 
esqueça 

e por seu deus [se é que há 
 não seja assim 
se é que há alguém em ti 

imagem: http://epifanico.blogspot.com.br/2012/05/blog-post.html

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